Da redação

No próximo dia 08 de março é celebrado o Dia Internacional da Mulher. A data, que é recorrentemente marcada por homenagens, também traz à luz a discriminação de gênero no mercado de trabalho.

Segundo dados levantados pela Catho, mulheres chegam ganham menos que os homens em todos os níveis de escolaridade.

Profissionais com pós-graduação ou especializações, por exemplo, chegam a ganhar 49% a menos em relação aos homens.

Ainda de acordo com a pesquisa, as mulheres possuem maior grau de escolaridade, principalmente relacionado à doutorado e mestrado, nos quais mais de 50% possuem a qualificação.

Do outro lado, profissionais do gênero masculino com as mesmas habilidades técnicas chegam a ganhar cerca de 40% a mais.

“A formação profissional é um dos principais fatores para o desenvolvimento na carreira e, consequentemente, na promoção de melhores salários e demais benefícios. No entanto, os dados apontam o contrário, ou seja, apenas formação, qualificação e experiência profissional ainda são insuficientes para igualá-las”, afirma Tábitha Laurino, gerente sênior da Catho.

Cargos de gestão

Segundo dados do Great Place to Work (GPTW) de 2019, apesar de participação das mulheres ser maioria no mercado de trabalho, cerca de 56%, em cargos de alta gestão essas profissionais são minoria. De acordo com o levantamento, 45% estão nas médias lideranças (gerente/coordenadora), 26% na alta liderança (diretora, gerente sênior) e apenas 16,4% nas cadeiras de presidência/CEO.

Os dados reforçam uma questão periodicamente pautada: a falta de equidade de gênero no mercado de trabalho, tanto em representação feminina, escassa nos grandes cargos de uma empresa, enquanto salarial, que não permite que mulher e homem possuam as mesmas oportunidades.

“Por meio de uma breve análise, observamos que a discrepância não diminuiu em relação ao ano passado, muito pelo contrário, ela aumentou cerca de 4%. Isso significa que ainda que, insistentemente, seja falado sobre a falta de equidade salarial, ainda estamos distante do ideal. De modo geral, os dados refletem a urgência das empresas em proporcionarem equiparação entre homens e mulheres. Quando uma mulher cresce profissionalmente, todos crescem”, avalia Laurino.

Sem poder de negociação

Segundo a Pesquisa dos Profissionais Brasileiros da Catho, em 2019, 89% das mulheres aceitam a primeira proposta oferecida por uma empresa, enquanto entre os homens esse valor é de 75%. Ainda de acordo com o levantamento, 25% dos homens negociam a remuneração salarial antes de aceitar uma proposta de emprego. Entre as mulheres esse valor é de 11%.

“Há uma série de pressões externas que desencorajam as mulheres a pedirem o que desejam no momento de negociação. Muitas das vezes, elas não identificam que podem sim pedir um aumento salarial ou benefício. A negociação deve ser vista como uma ferramenta que está também ao alcance das mulheres”, ressalta.

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