Só não tem planta em casa quem não quer. É a mensagem que paisagistas da Casacor passam neste ano, destacando espécies nativas integradas à casa, adaptáveis a qualquer espaço e de manutenção fácil até para quem nunca cuidou de um cacto.

 

Adaptação ao ambiente

Roberto Riscala apresenta no evento o que chama de jardim para a geração de sua filha. Ela tem 25 anos e considera ter plantas em casa muito trabalhoso, segundo o pai. “Você pode ter o verde sem grama ou um jardim tradicional”, diz o paisagista.

Mesmo com um espaço pequeno é possível ter um pomar em casa, afirma. Em frente a uma parede com pequenos vasos pendurados  – pode ser um ou um monte -, ele mostra árvores em versões bonsai que dão pitanga, jabuticaba, goiaba, romã e araçá.

Outra solução para lares apertados é uma orquídea aérea, que dispensa vasos e pode ser pendurada em hastes.

 

Variedade de espécies

Além de práticas, as plantas que não são só enfeite, mas também comestíveis, estão em alta. A arquiteta Paola Ribeiro colocou um limoeiro em sua sala e, para a cozinha, escolheu uma mesa com espaço para vasinhos de temperos.

Já as plantas alimentícias não convencionais – chamadas de pancs – como ora-pro-nóbis, capuchinha, amor-perfeito, dente-de-leão, cravina e hibisco compõem, por exemplo, os jardins de Roberto Riscala e Felipe Stracci.

“Coloquei as pancs em vasos para romper um estigma. As pessoas veem no canteiro e acham que é praga”, diz Stracci. São espécies fáceis de cuidar, afirma. “Planta é planta: precisa regar e dar atenção”, acrescenta.

 

Ideias em prática

Arquitetos e paisagistas optaram por integrar ao máximo plantas e casa. No espaço projetado por Paola Ribeiro, por exemplo, há três flamboyants – um deles no meio da sala.

Alex Hanazaki, responsável pelo paisagismo, explorou os galhos das árvores, onde colocou bromélias. “Como se elas tivessem nascido ali. Fizemos um colar de samambaias. A ideia era deixar uma coisa tropical, nativa”, diz Ribeiro.

Alexandre Furcolin também se aproveitou das espécies nativas. “Não mexemos em nada que já existia, a construção abraça as árvores e fizemos passarelas flutuando sobre o jardim”, conta. Essas passarelas, feitas de vidros e gradis pelos quais se vê a folhagem, colocam as plantas em evidência.

Já o paisagista Mauro Contesini manteve as samambaias que cresciam ali e lavou as paredes para destacá-las. Para cobrir os canos de uma caixa d’água, fez uma parede verde. Escolher as plantas certas para o local e sua necessidade, afirma, é essencial.

O chifre-de-veado – usado para cobrir uma janela – foi colocado numa área em que não bate sol, para não queimar. Já onde há luz, pôs viburno, planta verde escura de folhas brilhantes.

 

Folhagem

Mesmo apenas com folhas é possível brincar com as cores e texturas. A dionela, por exemplo, é verde e branca e contrasta com o viburno. O cacto rabo de macaco e a palmeira fênix, escultóricos, são combinados com a nandina, arbusto de folha rendada.

Jardim de sol pleno também pode ser de fácil cuidado com as plantas certas. A praça da Casacor, feita por Catê Poli e João Jadão, muito iluminada, tem as nativas cerejeira-do-rio-grande e jabuticabeira acompanhadas de samambaias, clúsias e moreias.

“A ideia era ter um jardim que ficasse superverde. Você não tem que trocar nada, não tem dor de cabeça. As plantas não sofrem”, afirma Poli.

Legenda: Árvores frutíferas podem ser plantadas em pequenos vasos

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