No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Essa alta incidência é devida a fatores genéticos e ao aumento de idade da população.

No entanto, a displicência com a saúde masculina e, consequentemente, o diagnóstico tardio, é um fator que agrava o impacto da doença. Essa resistência gera desinformação e medo, que contribuem para manter o homem privado dos avanços da medicina.

 

Mês de conscientização

Para quebrar esse tabu que ameaça vidas, a Fundação do Câncer promove seu Novembro Azul reforçando que “para ser homem é preciso estar vivo”.

A campanha, que tem como objetivo conscientizar esse público sobre a importância da promoção da saúde do homem e do diagnóstico precoce do câncer de próstata, conta com postagens informativas em suas redes socais, ao longo de todo o mês, além de parcerias especiais para gerar ainda mais engajamento com a causa.

O Programa Nacional de Controle do Câncer estabelece e mantém uma política de prevenção, diagnóstico precoce e assistência homogênea para o país, já que o câncer é considerado um problema de saúde pública e sua incidência cresceu 20% na última década.

Quebrando o tabu

Ainda em 2018, são previstos mais de 68 mil novos casos de câncer de próstata no país, de acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer). A estimativa se repete para 2019.

Por causa da falta de informação, do medo e do preconceito sobre como lidar com a saúde, grande parte desses casos são diagnosticados tardiamente, o que causa mais complicações ao paciente.

A realização de um simples exame de sangue, do exame de toque e visitas regulares ao urologista são determinantes para o diagnóstico precoce não só do câncer de próstata, mas de outras doenças, como por exemplo, diabetes, hipertensão arterial e dislipidemias.

“Como esse câncer é silencioso na sua fase inicial, a única forma de diagnosticá-lo antes de haver metástase é indo ao médico e repetindo essa avaliação periodicamente. Quem aguarda algum sinal ou sintoma estará sempre atrasado, principalmente aqueles que têm parentes de primeiro grau com câncer de próstata ou de mama. Embora a maior parte das pessoas ainda não saiba, a ocorrência de câncer de mama em parentes de primeiro grau do sexo feminino também parece representar mais chances de desenvolvimento de câncer de próstata no homem”, esclarece o médico Valter Javaroni, urologista do Hospital Fundação do Câncer.

O especialista reforça ainda que “o exame do toque retal é a única forma de avaliar a textura da glândula e identificar anormalidades como nódulos ou áreas endurecidas. É importante ressaltar que ele não pode ser substituído por outros exames de imagem, nem mesmo pela ressonância”.

 

Alguns sinais

Dificuldade ou urgência repentina para urinar, incapacidade de controlar o fluxo urinário ou a sensação de que a bexiga não foi completamente esvaziada também podem ser indicadores de doenças da próstata, inclusive de câncer.

Por isso, a recomendação é que homens a partir dos 50 anos procurem anualmente o urologista para realizar o exame de toque e o PSA. Aqueles que têm histórico de câncer de próstata na família devem realizar consultas anuais já a partir dos 40 anos de idade.

A disfunção erétil, um dos sintomas que mais impacta na qualidade de vida do homem, também pode estar relacionada a problemas cardiovasculares e ao colesterol elevado, por exemplo.

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