A endometriose pode afetar tanto a fertilidade da mulher quanto sua vida sexual. Segundo Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, membro da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo), esse problema pode causar cólicas, inflamação e dor no ato sexual.

“Endometriose, para que se entenda melhor, é a presença do tecido interno do útero fora do útero. É quando algumas células que revestem a cavidade uterina migram deste órgão para os ovários, intestino, trompas, peritônio e bexiga, crescendo onde não deveriam estar. Com esse crescimento, elas sangram na época menstrual e causam todo esse desconforto”, resume a médica.

 

Diagnóstico

Se a endometriose atinge órgãos reprodutores, pode causar infertilidade. E a inflamação é a responsável pela dor no ato sexual.

“É importante detectar o problema e tratá-lo. A dor também pode vir da falta de lubrificação vaginal causada pelo uso de determinados medicamentos no tratamento. De qualquer maneira, vale a pena conversar com o ginecologista, porque a vida sexual não pode ser deixada de lado e é um fator importante para ser considerado no tratamento”, defende a ginecologista.

 

Por anos

Para parte das mulheres, a endometriose pode passar despercebida durante anos. A cólica, segundo o ginecologista do Hospital Santa Catarina, Alexander Kopelman, evolui devagar.

“Depois de dois anos, ela se intensifica. Aos quatro, fica quase insuportável”, diz. O médico avisa que o mal pode começar ainda na adolescência e não ser investigado porque as pessoas acham que a cólica forte é algo normal.

 

O tratamento

Atualmente, a endometriose é tratada conforme o grau apresentado e os órgãos afetados. Existem medicamentos específicos e procedimentos cirúrgicos para o problema. Mas, em alguns casos, é preciso combinar, também, atendimento psicológico, porque o fato de não conseguir engravidar abala muitas mulheres.

“A relação da mulher com seu corpo jamais pode ser negligenciada, muito menos desassociada: não somos apenas corpo ou mente, somos o conjunto de físico com emoções. E, quando precisamos, temos de tratar ambos os lados para nos sentirmos plenas”, finaliza a médica Mariana.

 

*Com Folhapress

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