Alguns candidatos do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) levantaram dúvidas sobre a vantagem de ter 30 minutos a mais para fazer as provas de exatas. Nas redes sociais, eles comentaram que “a prova seria cabulosa” e até alegaram que era preciso “diminuir o número de questões ao invés de aumentar o tempo”.

Para evitar toda a polêmica em torno dos comentários das redes sociais, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) informou que a ampliação do tempo dado aos candidatos para fazer a prova no segundo dia não significa que o nível de dificuldade do exame vai aumentar.

 

Contexto da prova

Segundo o instituto, o conteúdo das provas é definido pelas Matizes de Referência, que estão disponíveis no portal da instituição.

“O documento de 2009 indica as habilidades que serão avaliadas e orienta a elaboração das questões da prova, assim como a construção de escalas de proficiência que definem o que e o quanto o aluno realiza no contexto da avaliação”, informou o Inep.

O Inep alerta aos interessados em fazer o Enem que consultem apenas os canais oficias do Inep e do Ministério da Educação para se informar e tirar dúvidas sobre o exame.

Para o coordenador pedagógico do Colégio Mopi, do Rio de Janeiro, Luiz Rafael Silva, o aumento do tempo não significa que será uma prova mais difícil, pois o Enem vem mantendo a mesma modelagem e o mesmo nível desde 2009.

Ele disse acreditar que a ampliação vai beneficiar principalmente os alunos que não sabem gerenciar bem o tempo durante a prova.

 

A visão dos docentes

O segundo dia, com questões de ciências da natureza e matemática, terá cinco horas. Para o professor Eduardo Valladares, coordenador pedagógico do curso online Descomplica, a medida será positiva, porque a prova de exatas exige dos alunos muito raciocínio de cálculo.

“Ter mais 30 minutos é bastante considerável, pois aumenta em cerca de 20 segundos o tempo para cada questão. Parece pouco, mas isso dá mais conforto para os alunos na hora de passar as respostas para o cartão.”, disse Valladares, que também destacou o fato de o edital ter sido divulgado mais cedo neste ano. “Assim o estudante terá mais tempo para se preparar”, diz.

Luiz Rafael também considera o aumento do tempo positivo. Segundo ele, essa mudança já deveria ter sido feita em 2017, quando o MEC decidiu agrupar as provas de exatas em um mesmo dia.

“Muitos estudantes saíram da prova no ano passado falando que não tiveram tempo de resolver todas as questões”, acrescentou o professor.

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