Os resultados das avaliações do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica), divulgados pelo Ministério da Educação (MEC), mostram que os estudantes deixam o ensino fundamental com desempenho pior do que entraram, em média, no Brasil.

As provas que avaliam os estudantes de escolas públicas em língua portuguesa e matemática apontam que os estudantes chegam a um nível maior de aprendizagem nas disciplinas no 5º ano do que no 9ª ano, quando deixam o ensino fundamental.

 

Avaliação

Os resultados mostram que, quando fazem a avaliação no 5º ano, os estudantes ficam, em média, no nível 4 de proficiência, tanto em língua portuguesa quanto em matemática – em uma escala que vai de 0 a 9 em português e de 0 a 10 em matemática. De acordo com os critérios do MEC, no nível 4, os estudantes aprenderam o básico em ambas disciplinas.

No 9º ano, o resultado piora. Em média, os estudantes estão no nível 3, tanto em língua portuguesa quanto em matemática, o que significa que não alcançaram nem mesmo o nível básico e tiveram uma proficiência insuficiente. Nessa etapa, a escala vai até 8 em português e 9 em matemática, mas os critérios do MEC para classificar a aprendizagem como suficiente permanecem os mesmos.

Os dados mostram que apenas Acre, Alagoas, Ceará, Goiás, Piauí e Tocantins conseguiram agregar mais pontos de proficiência média ao desempenho dos seus estudantes tanto em matemática quanto em língua portuguesa em todas as etapas da educação básica.

As maiores proficiências médias estão concentradas principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

 

Ministério da Educação

Na avaliação do MEC e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), responsável pela avaliação no ensino fundamental, há avanços sobretudo no 5º ano, em ambos os componentes avaliados. A pasta reconhece que no 9º ano, “os avanços foram menores”.

Os resultados são do Saeb, aplicado em 2017 aos estudantes do 5º e do 9º ano do ensino fundamental de escolas públicas, além dos estudantes do último ano do ensino médio de escolas públicas de forma censitária e para estudantes de escolas particulares de forma amostral. Cerca de 77% dos estudantes participaram das provas, totalizando cerca de 5,5 milhões de alunos de 73 mil escolas.

 

Desafios

Com a proximidade das eleições, o ministro da Educação, Rossieli Soares convocou os próximos governantes a darem atenção à educação. “Se quiserem melhorar o PIB (Produto Interno Bruto) deste país, olhem para educação”, disse.

Rossieli Soares ressaltou a importância de olhar para o ensino médio. “O ensino médio está absolutamente falido, está no fundo do poço”, afirmou.

No início do ano passado, foi aprovado o Novo Ensino Médio, que institui conteúdo comum em todas as escolas do país, ocupando 1,8 mil horas dos três anos dessa etapa. No tempo restante, os estudantes têm que receber formações específicas em linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ensino técnico, escolhendo uma de preferência.

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