Muitas coisas podem acontecer daqui até o dia 07 de outubro. Essa é a campanha eleitoral mais imprevisível de toda “era democrática” que o Brasil vive depois da ditadura militar.

Mas existem fenômenos a serem observados com muito critério. Na última quarta-feira, 22, o instituto de pesquisas Datafolha divulgou seu mais recente levantamento sobre as intenções de voto dos brasileiros.

Duas questões chamam muito a atenção.

A primeira delas é a aceitação de um condenado preso, que mesmo atrás das grades, lidera a pesquisa, com 39%. A margem de erro é de dois pontos para mais, ou para menos.

Quando os entrevistadores retiram seu nome da lista de candidatos, um número salta aos olhos: a quantidade de pessoas dispostas a votar em branco, ou anular o voto – 22%. O número de indecisos fica em 6%.

É preciso esclarecer uma coisa: indeciso é quem não sabe em quem vai votar, mas pretende escolher um candidato.

O cidadão que diz: “vou anular meu voto” é um cidadão que está tentando protestar diante da situação em que a política do país se encontra.

É desolador? É. Mas infelizmente, anular não é o caminho. E o eleitor precisa entender essa questão. Não adianta nada lavar as mãos.

Você não se “responsabiliza” quando um mau candidato vence, mas também perde a oportunidade de tentar colocar alguém melhor.

Agora vamos falar sobre a segunda questão que precisa ser observada com a pesquisa. A posição do candidato que está preso.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é uma triste amostra de como os brasileiros ainda são coniventes com erros de conduta que deveriam ser intoleráveis.

Como pode? Uma pessoa que está atrás das grades – presa – poder ser sequer lembrada como alguém merecedora de um voto? Isso é absurdo.

Lula não deveria nem sequer estar na lista. E mesmo se estivesse, o brasileiro deveria execrá-lo – ele não poderia ser considerado um brasileiro habilitado para exercer o cargo.

O certo seria que o eleitor não precisasse de uma lei para lhe dizer isso. Ele deveria ter esse discernimento por conta própria – baseado em seus conceitos de moral e caráter.

Diante do resultado dessas pesquisas, infelizmente, fica aparente que os brasileiros poderiam se dividir em dois grupos: aqueles que toleram os maus feitos e aqueles que simplesmente não têm ânimo para mudar mais nada.

É um longo caminho a ser percorrido.

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