Se as pessoas pensam que a política nacional não terá mudanças daqui até outubro, muitos se enganam.

Há vários partidos que estão tentando “inovar”. E para isso o que eles fizeram foi basicamente mudar de nome. O PMDB virou MDB, o PTN virou Podemos, o PTdoB virou Avante, PSL virou Livres, o PR tem o dedo na criação de uma outra sigla a “Muda Brasil”.

São apenas alguns exemplos. O Tribunal Superior Eleitoral analisa o registro de 34 partidos. Eles se juntariam aos 35 já existentes. E todos teriam direito ao seu pedaço do bolo do chamado Fundo Partidário.

É uma baita novidade. (botão da ironia ligado)

A questão aqui é: os discursos são os mesmos. Os protagonistas também. Muitos envolvidos em investigações, réus, enfim…

Em suas entrevistas, os líderes desses partidos que agora preferem ser chamados de “movimentos”, utilizam os mesmos termos, a mesma linguagem repleta de palavras completamente alheias à realidade da população.

Eles falam que o povo vai rejeitar a política como ela está posta. Que a eleição será um grande desafio. Que o “novo” precisa oxigenar tudo aquilo que não deu certo até hoje.

Mas o fato é que, na prática, são os mesmos jogadores de sempre. As mesmas frases feitas, as mesmas fotos com o V de vitória na mão e o sorriso fake no rosto.

Antes do termo “fake news” ganhar forças, muitos desses “novos políticos” acreditaram que a “nova política” seria feita nas redes sociais. Começaram a contratar equipes especializadas e fazer vídeos praticamente diários, com textos decorados e rosto retocado. O resultado disso: rejeição.

A verdade mais triste é que, quando você pergunta sobre propostas, não existe um pré-candidato que fale em termos práticos. Todos eles resumem seu discurso às teorias e a tudo que é dito exaustivamente, em todas as campanhas – desde a redemocratização do país.

Devia ser simples, mas não é. O Brasil está afundado numa crise política como não se vê há muito tempo. Mesmo assim, os atores desta “peça” teimam em jogar o mesmo jogo, incessantemente.

Mudam os nomes das siglas, criam siglas secundárias – para morder mais do Fundo Partidário – tudo com a argumentação de que é preciso mudar a política.

Esquecem-se de que a mudança deveria começar pela forma como as campanhas eleitorais acontecem. Esquecem-se de que eles mesmos precisam rever seus conceitos de marketing político.

O fato mais triste sobre as operações que tentam combater a corrupção é que – mesmo com toda a divulgação e apoio popular – os poderosos do país seguem cometendo os mesmos crimes. De formas diferentes e até mesmo repetindo aquelas que já foram investigadas.

A quem eles pensam que podem enganar com esse teatro de mudança de nome de partido?

Leia também