Passada a semana dos protestos sobre “não” ou “sim”, onde praticamente todo mundo foi obrigado a decidir um lado, estamos às portas da eleição.

Neste domingo, 7, os brasileiros vão voltar provavelmente aos colégios da infância, para votar. Esses tempos não foram fáceis. A cada campanha eleitoral, as discordâncias políticas tornam mais difíceis as convivências e diálogos entre aqueles que pensam diferente.

Mas o fato é que chegou a hora.

E aqui, neste momento, existe outra polêmica em jogo. De um lado, as pessoas que “pregam” o voto “útil” contra o “lado” contrário. “Se você discorda do programa do partido X, mas não vai votar no outro ‘lado’, repense seu voto”, dizem alguns. Para estes, votar em qualquer um dos outros candidatos que aí estão nesta primeira fase da eleição, é “dar força a um inimigo que precisa ser combatido”.

Do outro lado, estão aqueles que dizem que o voto é “livre”. Cada um vota em quem “quer”. Se for para existir um segundo turno, que exista.

Fato simples: a decisão é sua, caro leitor – se você estiver apto para votar.

É você quem vai decidir, ali na solidão da cabine de votação, os números que vai apertar e confirmar. Isso é verdadeiramente libertador.

No fim das contas, essa é a Democracia. Essa é a sua essência. Todas as discussões paralelas se tornam paralelas – com o perdão da repetição. E no fim, conta a vontade da maioria.

Simples. Se a maioria decidir pelo candidato “inimigo”, o jeito é rezar. Fazer mandinga. O que for. Para os quatro anos passarem rápido, e não acontecer tudo que você e seus amigos pensam que vai acontecer se o “inimigo” ganhar.

É essa a realidade, sem pinturas, nem rodeios.

De tudo, só tem uma coisa que seria bacana você pensar bem em não fazer: não se omitir. Escolha seus candidatos. Não “finja que não é contigo”. Mas o fato é que, até para isso, você tem a liberdade – olha aí como é legal a tal Democracia.

Agora, não é verdade que votar num candidato que não está liderando as pesquisas é se omitir. Você tem o direito de votar nele. Tem o direito de votar “no outro”. E tem o direito de escolher uma entre todas as outras opções.

Se você ainda não pensou sobre isso, pense. E reflita em mais uma coisa: todos os seus escolhidos precisam seguir uma “linha de afinidades”, ou seja, eles precisam ser potenciais aliados num eventual governo que se forme. Precisa atinar até nisso.

Bom domingo – e que a gente tenha sabedoria e serenidade para comemorar a vontade da maioria (seja lá qual for).

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