Virou coisa comum em praticamente todas as reuniões de família. Sempre tem aquele que vai querer começar a falar sobre política. E sempre tem aquele que vai querer rebater o que o outro está falando.

Quando se concentram em dois personagens apenas, fica até “suave” o cenário. Os demais membros da família se entreolham com aquele fastio clássico e tentam falar de outras coisas, em conversas paralelas.

Até que a altura das vozes dos dois parentes vai aumentando. Os ânimos vão se exaltando. E é preciso que por fim, alguém chegue e fale “gente, por favor, vamos encerrar este assunto”.

Essa é uma das possibilidades mais amenas para a convivência dos dias de hoje. Nas redes sociais, a animosidade ganhou contornos trágicos. São poucos os que ainda ousam fazer piada da situação, porque até o senso de humor virou crime.

Ninguém deve acreditar que a situação do país está para piadas – claro. Mas também é absurdo que as pessoas não consigam perceber a cortina de fumaça que se envolvem quando passam a brigar.

É justamente isso que todos os políticos que não estão interessados com a evolução do país querem. Que as casas, as redes sociais, os botecos e as ruas se tornem batalhas entre “nós e eles” – enquanto as coisas mais absurdas acontecem e ninguém sequer se dá conta.

O foco aqui não são as coisas que acontecem. E, querido leitor, se você procura se informar apenas pelos órgãos de imprensa “tradicionais”, cuidado.

O foco aqui é justamente o desfoque. A briga. O mimimi. O “nós somos melhores que eles”.

Enquanto a conversa fica nesse patamar, enquanto temas antigos são repisados – mesmo que a “outra” parte já tenha dado sua versão dos fatos – é questão de desfoque. É questão de esperteza desses grandes coronéis que aí estão desde quando a ditadura militar acabou e que – mesmo diante do total esgotamento financeiro das contas públicas do Brasil – não querem largar o osso.

Quem seria o melhor Presidente da República? Alguém comandado por um presidiário? Alguém com posturas “autoritárias demais”? Alguém com completo destempero mental que xinga e manda prender qualquer um que lhe conteste?

Qualquer brasileiro com um mínimo de razoabilidade na cabeça entende que vivemos um momento onde faltam opções. Simples assim. E vai ter de ser a escolha entre o “menos pior”.

Mas aí entra o grande X dessa questão. Cara! A gente vive uma Democracia – pelo menos para todos nós acreditarmos. Então, vamos louvar o direito de cada um escolher o seu em paz. Sem praça de guerra dentro de casa. Porque no fim, o que fica são os almoços de domingo. Lembrem-se disso.

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