A semana é da Amamentação. Você pode acompanhar uma matéria de capa falando sobre esse assunto e a importância do ato para todos os bebês.

Mas, como tudo nessa vida, existe um porém. Por trás das fotos lindíssimas de mulheres plácidas e nenês fofos, existe um outro lado. O das mães que simplesmente não conseguem, não podem ou não querem amamentar seus filhos.

E são muitas as mulheres que passam por isso. Elas raramente se manifestam na sinceridade das rodinhas de mamães superperfeitas que existe na família, na creche, no condomínio – onde quer que seja.

O consenso mais “correto” é que a mulher ame amamentar seus filhos. As gestantes imaginam o momento baseadas naquelas fotos, nos comentários das rodinhas, nas reportagens, fotos de famosas, enfim.

E quando o bebê nasce, antes mesmo de sair da maternidade o bico do seio já está completamente rachado. E o momento de mamãe perfeita se torna – pra dizer o mínimo – bem difícil.

As enfermeiras vêm, com tom professoral e dizem “rachou porque o bebê não está fazendo a pega corretamente”. A mãe se pergunta: “Oi? Que catso é isso de ‘pega’? Ninguém me falou disso”. O bebê não nasce sabendo, não – ele vai se agarrar a qualquer coisa (até no braço peludo do pai) e vai sugar. Apenas sugar. Ele não vai abrir a boca do jeito certo. E não vai encaixar milagrosamente toda a auréola da mãe na boca – para que o bico não tenha problemas. E a mãe dele? Essa geralmente está mais perdida que o cego no meio do tiroteio.

Então vão-se semanas. E todos os parentes falando como tem de fazer. E todas as mulheres “ai, mas comigo não rachou – foi tão simples”.

As visitas semanais no pediatra indicam que a criança não está ganhando o peso que deveria. O aspecto fofucho vai dando lugar a perninhas magrelas. A mulher se esgota, de todas as formas. E o quadro não se altera. Até o pediatra reconhece seu esforço e sugere o leite em fórmula. Essa mãe, reduzida a um farrapo sem hormônio algum no corpo, se sente derrotada.

Esse é um dos exemplos. Entre tantos outros em que a amamentação simplesmente não acontece como deveria. Algumas mães sentem culpa (e nem admitem para o mundo). Outras apenas seguem o fluxo e usam o leite industrial. E adivinha? O bebê suga. E ganha peso.

E pode parecer uma controvérsia essa próxima afirmação. Mas existem crianças que mamaram no peito por mais de um ano e vivem doentes. E aquelas que pegaram a fórmula com dois meses e estão aí, firmes e fortes no baile da vida.

A verdade é que qualquer um dos desfechos no que tange à alimentação de um recém-nascido não deve ser criticado. Cada mulher ou homem, vai dar o seu melhor pela criança – independente de qual seja esse “melhor” disponível. O importante é o bebê comer.

(Uma dica pra você que está com os bicos rasgados: sol. Tome sol diretamente nos seios. Comigo funcionou.)

 

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