Os dados divulgados pelo IBGE nesta última quinta-feira foram um banho de água fria no governo federal – apesar do apoio popular nas manifestações do último domingo, 26.

Do ponto de vista técnico, pode-se considerar que o país mergulhou em nova recessão econômica. Situação que parece não ter saído desde meados de 2014.

Nos três primeiros meses do ano, a economia nacional encolheu 0,2%. Para que o país esteja de fato mergulhado na recessão, ele precisa amargar mais três meses de retração nas atividades econômicas.

O ministro Paulo Guedes comentou nesta semana possibilidade de o governo liberar o saque das contas ativas do FGTS (Fundo de Garantia). De acordo com ele, a medida está sendo estudada, para aquecer e economia brasileira.

Mas seria preciso que a reforma da previdência fosse aprovada antes. “Se não for aprovada, liberar o saque é como um voo de galinha. Aprovando é quase como a chupeta na bateria de um carro. A gente dá porque sabe que vai funcionar”.

Economistas de várias investidoras nacionais e internacionais avaliam a condição do Brasil como complicada.

A instabilidade política ainda é o maior fator de preocupação.

Apesar da urgência de toda condição recessiva, a classe política parece cada vez mais distante da realidade da população.

Durante o início da semana, o presidente da República se reuniu com os presidentes do Senado, da Câmara e do Supremo Tribunal Federal. O que se testemunha entre Jair Bolsonaro, Rodrigo Maia, David Alcolumbre e Dias Toffoli é pura briga de egos constante.

Os representantes dos Poderes não perdem a oportunidade de se alfinetarem. Foi o caso de Bolsonaro dizendo a Rodrigo Maia que “sua caneta Bic é mais poderosa que a dele”.

Enquanto isso, o povo foi às ruas no domingo. Claro que houve discórdia entre manifestantes, mas no geral, o que se assiste é a população exercendo seu direito ao manifesto. Já pensou se isso não fosse permitido?

Não adianta aos deputados e senadores ficarem ressentidos com os eleitores “dos outros”. Não adianta atribuir a culpa “ao outro grupo”. À direita, esquerda ou ao centro. É preciso compreender que a política é sobre o diálogo. Sobretudo o debate. Limpo, sem revanchismos baratos.

A população agradece aquele político inteligente que faz a leitura e percebe ter sido eleito para atender e servir ao povo. Quando o termo “velha política” surge, ele vem para ilustrar aquele senhor que foi eleito e pensa estar acima do bem e do mal. Nunca esteve tão fora de moda.

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