A Copa do Mundo começou! E? E nada… a maioria dos brasileiros está pouco se importando com o campeonato.

Em pesquisa realizada pelo instituto Datafolha, 53% dos entrevistados afirmam não ter qualquer interesse ou empolgação diante da Copa.

Existe uma “esperança” que este cenário mude, conforme a competição vai acontecendo e os jogos vão se tornando reais e emocionantes. Mas será?

O fato é que o desânimo com tantas coisas acontecendo – bem alheias ao futebol – tirou a alegria que sempre contaminou as ruas nas semanas que antecediam o começo da Copa.

Até quem gosta de futebol fica com o pé atrás. Sabe os que jogadores hoje em dia encaram sua habilidade muito mais como negócio do que como paixão. O resultado é visível. O comprometimento com os jogos da seleção é bem menor do que com as partidas em seus clubes europeus.

Então o brasileiro pensa: é tudo mentira. E se desilude, mais uma vez.

As desilusões se acumulam. É a economia, o desemprego, a inflação, a noção de que o país está desgovernado, a falta de segurança nas ruas, a péssima qualidade das escolas – sem falar com o atendimento terrível na Saúde.

São pequenas guerras diárias. A guerra para se manter empregado. A guerra para chegar em casa sem ser assaltado. A guerra para conseguir levar pelo menos o mínimo necessário no supermercado.

A esperança no futuro segue se derretendo. Num estudo divulgado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) no ano passado, o Brasil foi apontado como o 5º país com mais pessoas deprimidas. Depressão é doença. Não é frescura, nem corpo mole. Depressão é não ver saída diante de uma vida que se apresenta cada dia mais difícil.

Brasileiros experimentam sintomas assim todos os dias. Aliados à ansiedade. O medo. A incerteza diante das muitas guerras diárias.

Numa realidade dessas, quem vai se animar com um campeonato que está acontecendo na Rússia e não significa nada em termos práticos?

Mais uma vez, vai ter gente falando “vamos cantar o hino nacional antes de votar também”. A preocupação com a política é genuinamente maior mesmo. E quais são as opções que se apresentam? As mesmas de sempre – ou até piores.

Quais são as opções que o brasileiro tem para renovar a política em outubro? Os “especialistas” afirmam e reafirmam que o país precisa de novos nomes, outras opções. Mas eis que, esses “novos nomes” que até poderiam ser novas opções, preferem ficar de fora. Porque entrar na disputa, significa fatalmente ter de fazer o jogo que se é jogado aqui desde os tempos da coroa portuguesa.

Começou a Copa do Mundo! Quer saber? Tanto faz.

 

Leia também