Fala-se muito na campanha dos políticos que já fizeram suas convenções partidárias e já são oficialmente candidatos.

Fala-se muito também nas alianças entre os partidos e seus caciques. E vale tudo nessa hora. Tudo por mais tempo de televisão, tudo por mais verba de Fundo Partidário para campanha.

Os próximos meses até outubro serão, no mínimo, interessantes. Isso tudo do ponto de vista da grande imprevisibilidade na política.

Mas as pessoas nas ruas ainda não se engajaram. E na rua, o que vale é a lei do medo hoje em dia.

Os cidadãos têm contato com essa realidade. Enquanto os políticos cruzam suas peças estratégicas, o bicho está pegando na vizinhança.

A polícia tenta enxugar o gelo. E os bandidos estão em guerra de facções entre eles mesmos – com as ruas livres para agirem como quiserem.

Não dá para pensar em campanha eleitoral sem pensar muito o que dizer a respeito da segurança pública.

Esse assunto é o nervo mais sensível do povo nos últimos anos.

E não existe teoria, nem muito milagre. Infelizmente, em curto prazo, a medida principal é a defesa. A polícia precisa ser equipada. Tanto por policiais novos, quanto por ferramentas para combater os marginais. Em todos os âmbitos.

Boa parte desta explosão de violência vem do fato das fronteiras brasileiras serem “terra de ninguém”. Passam armas, passam drogas, passa o que quiser passar. Porque a Polícia Rodoviária Federal é uma força praticamente inexistente. Não existe patrulha nas principais estradas de acesso ao país. E então, o problema surge e daí em diante só cresce.

O ambiente é muito favorável para o bandido. Praticamente todo cidadão sai de casa esperando que pode ser assaltado a qualquer momento. Ruas desertas, silêncio absoluto. Ninguém escapa.

Depois que o crime acontece, ele não é investigado. Dificilmente o bandido será preso – e se for, logo em seguida pode ser solto. O Código Penal brasileiro não se comunica com a realidade de hoje.

A polícia trabalha desmotivada – para dizer o mínimo. Os jovens assistem suas escolas não promoverem a formação necessária para uma carreira sólida – enquanto o tráfico dá celular caro, corrente grossa de ouro e muitas outras facilidades sedutoras.

Do professor ao policial. Essa é a maior guerra, o maior problema do Brasil hoje. Enquanto os nobres senhores se reúnem às portas fechadas, confabulando, a realidade engole o brasileiro.

Resta saber agora, se ele vai saber descontar tudo isso na urna eletrônica.

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