Quem tem criança em casa sabe que o uso do celular, do computador e do tablet é uma prática muito comum. Além dos famosos joguinhos, a preferência do público infantil são os vídeos do Youtube. Entretanto, esse comportamento permitido pelos responsáveis traz um grande perigo.

De acordo com especialistas, o Youtube é uma má influência para a garotada – tendo em vista que muitos pais não conseguem acompanhar o acesso dos filhos – e deveria ser substituído por atividades lúdicas e interativas.

 

Acesso não recomendado

No dia a dia é fácil perceber que os brinquedos infantis estão sendo substituídos pela tecnologia. Muitas crianças, já na primeira infância, têm habilidade para utilizar as ferramentas disponíveis nos aparelhos eletrônicos. Um comportamento caracterizado como inadequado, segundo a psicopedagoga Elisabeth Monteiro.

“Teoricamente, já se discutiu que a idade mais correta para se ter acesso ao Youtube é 18 anos e 13 anos para as redes sociais. Mas o que vemos hoje são crianças com a liberdade de utilizar os celulares e, em muitos casos, sem limites”, diz.

 

Perigo oculto

Muitos pais alegam que os filhos têm a liberdade de ver vídeos no Youtube, pois trata-se de conteúdos infantis. Mas a realidade do mundo atual não pode ser encarada com tanta inocência. Por trás de cenas infantilizadas estão os psicopatas e pedófilos que encontraram nessas ferramentas, uma maneira de chegar até as crianças com conteúdos impróprios.

“Os vídeos fazem mal para o cérebro da criança, principalmente quando os pais não acompanham as imagens. São muitos estímulos visuais, fora os conteúdos impróprios, pois existem pessoas perversas que encontraram um caminho ‘seguro’ para ter acesso às crianças. É por isso que os pais não devem largar o celular na mão dos filhos, pois a própria Peppa tem conteúdos editados mostrando relações sexuais, por exemplo”, comenta a psicopedagoga

Além dos conteúdos impróprios, Elisabeth Monteiro alerta para a inversão de valores que os conteúdos trazem. “A criança não tem crítica e não sabe distinguir a fantasia da realidade, o que pode comprometer o desenvolvimento psíquico e moral. Por isso, é preciso que os pais estejam presentes para fazer as críticas necessárias ao conteúdo ou então não deixar que ela fique sozinha vendo os vídeos”, diz.

 

Youtubers mirins

Muitas crianças estão fazendo sucesso no Youtube e, por apresentarem um conteúdo infantil, os pais deixam os filhos acompanharem os vídeos. Mas esse acompanhamento não é tão inocente quanto se parece, segundo a psicopedagoga.

“Muito desses youtubers incentivam o consumo de certos brinquedos e coleções, e provocam a expectativa nas crianças. Os vídeos estimulam um mundo aonde elas não são mais as criadoras do seu universo, pois passam a ser consumidoras”, explica.

No que tange aos pais incentivarem os filhos a serem youtubers, Elisabeth Monteiro afirma que “geralmente é uma necessidade dos responsáveis de transformar a criança em uma celebridade, porque hoje o sonho da maioria dos pais é ter o melhor filho, o mais capacitado – a maternidade virou uma competição”.

 

Não basta proibir

Para a psicopedagoga, os pais que proíbem os filhos de terem acesso ao Youtube precisam oferecer outros meios de diversão.

“Não basta proibir, é preciso oferecer algo em troca, experiências de vida gratificantes. É preciso apresentar algo que a criança possa criar, uma atividade prazerosa e divertida. Nos dias de hoje, os pais estão muito cansados e acabam se acomodando, deixando as crianças com a  companhia do celular”, diz.

Segundo Elisabeth, os pais que permitem aos filhos a visualização sem controle e limite dos vídeos no Youtube “estão sendo omissos e cúmplices de todas as mentes pervertidas que presenciamos atualmente”.

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