A comunicação entre os povos foi facilitada por meio das redes sociais. Atualmente, vários aplicativos possibilitam, por meio da escrita, voz ou chamada de vídeo que pessoas do mundo inteiro possam estar neste contato virtual. Porém, o que vem se destacando em muitas dessas conversas é a utilização dos famosos emojis – aqueles desenhos de carinhas animados – que expressam um gesto ou sentimento.
Ocorre que o uso dessas figurinhas está sendo demasiado, tornando a comunicação mais informal, o que pode trazer tantos pontos positivos como negativos. Usá-las não é o problema, uma vez que a conversa torna-se mais descontraída, mas é preciso saber quando, com quem e, principalmente o significado dos desenhos para não cometer grandes gafes.

 

Um passado mais moderno

A utilização de imagens foi uma das primeiras formas de comunicação entre os homens. Lógico que há milhares de anos, esse contato ocorria de uma maneira muito arcaica. Mas o que se vê nos dias de hoje são pessoas dialogando por meio de desenhos mais elaborados, agilizando o contato, como explica o professor de Design e Comunicação da PUC-PR, Glaucio Moro.

“O princípio de construção da linguagem foi pela imagem e o homem está recriando, no âmbito moderno, o pensamento do emoji como forma de comunicação. A vantagem é a velocidade de diálogo que você cria, principalmente, quando se é mais informal. Mas também tem o outro lado que é o de reinterpretar as imagens de forma equivocada”, explica o professor.

A professora aposentada, Tânia Maria, opta por não utilizar os emojis, pois já foi vítima dessa interpretação dupla. “Eu não consigo entender muito bem o significado de algumas imagens. Já compreendi de forma errada e respondi de forma agressiva a pessoa. Eu evito usar para não cometer gafes e também porque através da escrita consigo expressar muito mais o meus sentimentos”, diz.

 

Usando com cautela

A comunicação através dos emojis deve ser feita com muita cautela, principalmente quando a conversa for mais formal – com o chefe, por exemplo –, realizada com pessoas que não entendem muito esse tipo de linguagem e para evitar a duplicidade no entendimento.

Para o pesquisador em Comportamento Humano da Unifesp, Ricardo Monezi, os emojis deveriam ser usados para complementar uma conversa, mas não é isso que se vê nos dias de hoje.

“Essas imagens deveriam ser usadas apenas no final de uma conversa, mas atualmente elas estão substituindo as palavras que deveriam ser priorizadas, assim como a fala. As pessoas devem usar os emojis como forma de expressar algum momento ou questão, mas não se transformarem nessas figuras”, alerta.

 

Comunicação que separa (intertítulo)

As redes sociais, ao mesmo tempo em que contribuíram para aproximar as pessoas, também interferiram na forma de se comunicar, principalmente com o uso em excesso das imagens.

“As redes sociais trouxeram um real distanciamento das relações humanas e não podem ser o centro da comunicação. Na verdade, a internet veio para integrar o ser humano, mas infelizmente o que está se mostrando é a desintegração da humanização. As pessoas estão com uma falsa sensação de que estão juntas”, explica Monezi.

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