Nem a ciência nem a Lei da Palmada foram suficientes para convencer boa parte dos pais e cuidadores de que castigos físicos não têm valor educativo, abrem feridas no psiquismo, prejudicam o desenvolvimento e devem, portanto, ser abolidos de vez.

Embora não existam dados posteriores à aprovação da lei, em 2014, especialistas dizem que a ideia da punição física com fins educativos continua arraigada na sociedade brasileira e, portanto, é uma realidade difícil de mudar.

O método pode aparentar eficácia instantânea, porque diante de uma surra ou um tapa a criança tende a interromper o comportamento indesejável, mas não funciona a longo prazo. A comunidade científica vem estudando a ligação entre as surras e problemas de saúde mental na vida adulta, e os trabalhos ajudaram a embasar a decisão de 53 países de proibir o castigo físico, incluindo o Brasil.

Uma pesquisa recente publicada no periódico da Sociedade Internacional para Prevenção ao Abuso e à Negligência Infantil concluiu que adultos que apanhavam na infância corriam maior risco de fazer uso abusivo de álcool e de drogas e tinham mais probabilidade de tentar o suicídio.

Para muitos especialistas é preciso mudar a crença de que a conversa não funciona para inibir atitudes impróprias. Somente vai resolver, se a conversa for estabelecida desde cedo porque há uma diferença em ser firme e ser violento.

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